A descoberta e os cuidados com a vulva
Batemos um papo com a a Ginecologista e Obstetra Dra. Larissa Cassiano para esclarecer algumas dúvidas sobre cuidados com a vulva, confira!
31/01/2023
Falar sobre a vulva e todos os cuidados que envolvem a região íntima ainda é um tabu para algumas pessoas. O fato é que, quanto mais a gente falar sobre ela, mais fáceis serão os diálogos e aprendizados, ajudando a normalizar o tema e ampliando a educação sobre a forma correta de cuidar da região. Para que a gente entenda mais sobre a descoberta e os cuidados com a vulva, convidamos a Ginecologista e Obstetra Dra. Larissa Cassiano para nos ajudar com algumas dúvidas.
Cuidados com a vulva
Veja abaixo as dúvidas que recebemos e as respostas e orientações da Dra. Larissa Cassiano a respeito dos cuidados com a vulva.
Como deve ser iniciada a descoberta do autoconhecimento da vulva? Qual é a sua opinião sobre a existência do tabu das mulheres, em sua grande maioria, não conhecerem a própria região íntima, ao contrário do que os homens são ensinados desde muito cedo a se observar?
Compreendendo e conhecendo os órgãos genitais e suas funções principais. Infelizmente as pessoas com vulva sempre cresceram ouvindo que seus genitais são “mais sensíveis ou frágeis”, como, por exemplo, chamar de florzinha, menininha, entre outros, quando, na verdade, são órgãos extremamente fortes e potentes capazes de conceber e se transformar ao longo do ciclo. Apenas falando e tirando dos genitais esse peso e esse medo de que falar poderá abrir uma porta incontrolável para a sexualidade.
Quais são as principais dicas para pessoas com vulvas manterem a saúde da região íntima em dia? Tem algo que não pode deixar de ser feito todos os dias?
Banho principalmente em dias quentes, evitar permanecer com roupas úmidas por um longo período, trocar absorvente, calcinha absorvente ou esvaziar e higienizar o coletor sempre dentro do tempo recomendado ou quando a quantidade já for indicativa de troca. Fazer xixi após a relação sexual, não introduzir produtos ou lavar a vagina e evitar produtos como talco que pode abafar e irritar.
Como você estimula e dialoga para que as pacientes se encarem e se conheçam intimamente? Tem alguma dica de como começar esse autoconhecimento? / Qual a importância do autoconhecimento da vulva?
Geralmente, em consulta, utilizo espelho para mostrar a região genital e recomendo que em casa ela continue observando. Além disso, sugiro sempre que as pacientes toquem a própria vagina e observem os fluidos.
Os odores podem interferir na vida das pessoas que têm vulva. Como diferenciar o odor natural de algo que possa caracterizar infecções? Existe algum odor que possa ser considerado normal, ou é algo para sempre ficar alerta?
Sempre que houver um odor fora do padrão é importante buscar ajuda e avaliar se existe um risco de infecção. Geralmente as infecções são cíclicas e persistentes. Já os odores normais podem mudar durante o ciclo, não causam desconforto e não estão associados a corrimento.
Qual é a sua recomendação para o uso de produtos íntimos? O que deve ser levado em consideração para a escolha (sobre ingredientes, atributos) e quais cuidados se deve ter? / Produtos com fragrância muito intensa podem desequilibrar a região?
Produtos hipoalergênicos, com componentes que tenham maior número possível de elementos naturais e aromatizantes suaves, pois os muito intensos podem irritar ou causar alergia. Outro ponto importante é de que os produtos devem ser utilizados apenas nos genitais externos, não devem ser introduzidos na vagina.
Quais os benefícios dos ativos como prebióticos, ácido lático e pantenol para os cuidados com a vulva?
Prebióticos auxiliam na flora e equilíbrio dos microrganismos que fazem parte dos genitais, ácido lático no equilíbrio do pH genital e pantenol é excelente para reduzir irritação e proteger contra atrito.
Porque é importante buscar por produtos com PH balanceado para a região íntima?
Para evitar que a oscilação de pH não favoreça infecções por fungos ou bactérias.
A região da virilha muitas vezes fica irritada por conta de depilações, alergias e irritações por conta de absorventes, roupas apertadas ou outros incômodos. Devemos usar produtos específicos para essas áreas? Prebióticos, alantoína e pantenol ajudam nessa função de acalmar e recuperar a região?
Para cada situação devemos pensar em um produto específico, mas, de forma geral, esses produtos podem auxiliar reduzindo a irritação e o desconforto na maioria dos casos
O que você acha sobre os termos usados para não citar os nomes corretos da vulva e vagina? Vemos que as variações são muitas, como, por exemplo: PPK, larissinha, periquita. Qual é a importância de sempre usar os termos corretos como vulva, vagina, virilha etc? Porque os nomes verdadeiros das partes íntimas ainda são tratados como “polêmicos”?
Mudando o nome não conseguimos compreender e naturalizar nossos corpos. Além disso, no caso de alteração fica muito mais difícil identificar o que e onde está a alteração.
Qual sua orientação para o uso de sprays íntimos? O que deve ser observado de formulação e claims do produto e a qual distância devem ser aplicados?
Observar se os produtos são hipoalergênicos, livres de corantes e aromatizantes intensos. Devem ser aplicados a uma distância de 10 a 20 cm da pele.
Dra, vimos em pesquisa que 50% das mulheres não sabem diferenciar vulva e vagina, como você pode explicar a diferença? Além disso, essa dúvida chega com muita frequência aos consultórios? E porque tantas mulheres não sabem diferenciar as partes da região íntima?
Sim, essa é uma dúvida muito frequente, mas percebo que as pessoas têm muita dificuldade em falar sobre. Essa dúvida vem desde a escola com a falta de educação sexual, sem que nessas aulas a vulva e a vagina sejam bem diferenciadas. De forma resumida, é possível pensar que vagina é um órgão interno, já a vulva é um órgão genital externo que conseguimos ver facilmente.
Saber quais os principais cuidados com a vulva e com a região íntima é conhecer mais sobre você! Aproveite para conhecer a linha Cuide-se Bem Cereja Livre que traz produtos para o corpo e de cuidados íntimos, todos ginecologicamente testados e hipoalergênicos.